O universo materno é algo extraordinário, algo tão grande e complexo que é quase impossível traduzir em palavras. A experiência de ser mãe é algo que só se entende na vivência, com todas as suas alegrias, desafios, transformações e descobertas. Cada dia com meus filhos é uma mistura de amor, aprendizado, reencontros e, claro, desencontros. Mas, entre todos os momentos, o mais profundo para mim foi o questionamento constante sobre minha vida: minha identidade como mulher, esposa, mãe e profissional. Eu não apenas questionava meu papel como mãe, mas também começava a me perguntar: quem sou eu agora? E o que eu realmente quero para a minha vida e para o meu futuro? Foi nesse processo de introspecção que comecei a ouvir mais a minha voz interior. Comecei a me observar, a me perguntar o que, de fato, me preenchia e me dava sentido. E, então, surgiu o desejo profundo de encontrar minha vocação. Queria fazer algo que tivesse um propósito, algo que me conectasse de forma genuína comigo mesma, com meus valores e com o mundo ao meu redor. Não queria mais apenas ter um trabalho por ter, não queria mais apenas cumprir horários, mas sim sentir que aquilo que eu fazia tinha real significado, algo que me alimentasse e me fizesse sentir viva. No entanto, esse caminho não foi fácil. Quando minha primeira filha nasceu, imaginei que a minha vida profissional continuaria exatamente como antes. Achei que, ao final da licença maternidade, retornaria ao meu trabalho sem maiores dificuldades, adaptaria minha rotina e tudo se encaixaria naturalmente. Mas, ao começar a adaptação dela na creche, as primeiras perguntas começaram a surgir. Será que eu estava realmente fazendo a coisa certa? Será que deixar minha filha na creche por dez horas diárias fazia sentido para mim? O que realmente era importante? Meu trabalho, que antes parecia ser apenas uma atividade, agora parecia tão distante do que eu desejava para a minha vida. Com o tempo, esses questionamentos foram ficando mais intensos. Comecei a tentar alternativas, pedindo para reduzir minha carga de trabalho, buscando outras opções de emprego, tentando conciliar o que parecia ser o esperado com o que eu realmente queria. Mas, quanto mais eu tentava me ajustar, mais a angústia tomava conta. Parecia que a solução nunca vinha, e, por mais que eu me esforçasse, nada parecia dar certo. Durante esse período de um ano, vivi um turbilhão emocional, me sentindo perdida, sem direção. Foi então que algo mudou dentro de mim. Em uma viagem curta com a minha família, ao ver minha filha correndo por um campo cheio de flores, sorrindo de felicidade, tive uma revelação silenciosa, mas profunda. Foi como se o mundo parasse por um momento e eu entendesse claramente o que eu realmente queria. Não era sobre o trabalho, não era sobre status ou segurança financeira. O que me tocava verdadeiramente era a simplicidade de momentos como aquele. Aqueles momentos de alegria genuína, de conexão pura com o presente, eram exatamente o que eu queria viver com mais frequência. Eu não precisava de uma vida cheia de complexidade ou de busca incessante por validação externa. O essencial estava ali, nas pequenas coisas, nas experiências simples e no prazer de estar presente de forma plena. E foi nesse instante de clareza que tomei a decisão que, até aquele momento, parecia impossível. Decidi largar tudo. Largar a pressão, as expectativas, as escolhas que não me faziam mais sentido. Apenas seguir o fluxo, assim como minha filha correndo no gramado. Quando tomei essa decisão, minha vida já começou a mudar. Uma semana depois, descobri que estava grávida novamente. A surpresa foi maravilhosa, uma confirmação de que eu estava no caminho certo. Dediquei-me inteiramente à minha família, e a maternidade, com todos os seus altos e baixos, se tornou um processo de imenso aprendizado. Quando minha segunda filha nasceu, novos desafios surgiram. Agora, eram duas crianças, cada uma com suas próprias necessidades e personalidades. Como equilibrar tudo? Como cuidar delas e de mim mesma? Como continuar me conectando com minha essência e não me perder nesse turbilhão? Eu me vi, mais uma vez, dividida, entre o desejo de me encontrar e a necessidade de estar presente para todos ao meu redor. Como todas as mães sabem, é uma tarefa impossível de ser feita perfeitamente, e os dias se tornam um desafio constante de adaptação e paciência. Foi nesse momento, no meio do caos e da correria, que as minhas buscas se intensificaram. Comecei a perceber que não se tratava apenas de encontrar um novo trabalho. Eu não queria “um trabalho qualquer”, queria algo que me desse propósito, algo que me conectasse com minha vocação mais profunda. Eu não queria me perder de novo no automático. Queria algo que tivesse significado, que estivesse alinhado com meus novos valores, que me permitisse ser quem eu realmente sou. E foi a partir desse momento que comecei a perceber as respostas. Após um processo profundo de reflexão e autoconhecimento, com apoio do coaching e muita introspecção, as peças começaram a se encaixar. Eu já sabia que o que me movia era o desejo de ajudar outras pessoas a se encontrarem, a se reconectarem com o que realmente importa para elas. Esse foi o meu propósito, a minha vocação, a missão que estava esperando para ser descoberta. A busca por essa vocação, por uma vida mais alinhada com meus valores, não foi fácil, e o caminho está sendo percorrido. A mudança é um processo contínuo, mas a semente já foi plantada. A verdade é que a jornada nunca é linear. Não existe um ponto final, mas um constante aprendizado, um constante “vir a ser”. O mais importante é dar o primeiro passo, sem medo de mudar, sem medo de ouvir seu coração e de seguir a sua verdade. E quanto a você? Quais são os seus questionamentos? O que sua alma deseja, o que ela quer realmente fazer neste mundo? Não tenha medo de buscar, de questionar, de mudar. Sua vocação está ali, esperando para ser descoberta. E, quando você a encontrar, algo dentro de você vai se acender, e você saberá que está no caminho certo.

Descobrindo minha vocação após a maternidade: um caminho de autoconhecimento
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